Projeto da Embrapa incentiva produtores a investirem em pastagens perenes

Culturas com mais nutrientes são apresentadas para subsistência das famílias do campo

O projeto DRES (Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo) já era desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) quando a enchente devastou parte do Rio Grande do Sul. Rapidamente as sete unidades da Embrapa se mobilizaram para ajudar aos atingidos pelo desastre. Logo depois, os técnicos foram a campo junto com outras instituições para identificar os problemas, voltar para o escritório e montar estratégias. Foram coletadas amostras de solo e identificadas quais as necessidades de cada região para melhorar a conservação e produção.

Foram priorizadas duas necessidades. A primeira delas, a segurança alimentar para as famílias de agricultores que perderam quase tudo que tinham. Entre as culturas tradicionais para a subsistência foram apontadas algumas que além de boa produtividade possuem propriedades nutricionais como a batata doce e mandioca de polpa roxa, que têm antioxidante, e com polpa amarela, rica em beta caroteno. Na Expodireto Cotrijal 2025, além de mostrar as culturas, a Embrapa orientou onde produtores podem adquirir as sementes.

Por outro lado, foi estruturado projeto para incentivar e orientar produtores de gado de corte e leite a adotarem pastagens perenes. Esse tipo de pasto permite produzir mais com conservação do solo e evitando a erosão. “Planta uma vez e depois só faz o manejo, pois a cobertura do solo ajuda, quando tiver excesso de chuva, a absorver essa água. O sistema radicular é mais profundo, mais denso e ajuda tornar esse solo armazenador de água também então em caso de seca, é mais resiliente porque as raízes são mais profundas buscando nutrientes na parte mais profunda”, explica o engenheiro agrícola da Embrapa, Sérgio Bender.

O plantio das pastagens perenes é incentivado para garantir que produtores possam evitar futuros problemas em períodos críticos quando geralmente teriam dificuldades, como por exemplo, nos vazios forrageiros durante o outono e primavera. A prática, no entanto, não vale somente para o pequeno produtor para fins de preservação. “Vemos que muitos produtores que trabalham com culturas anuais acabam se descuidando do solo. Por exemplo, numa área declivosa, se não fizer boa proteção com curvas de nível, pode ter erosão, mas se fizer plantio perene terá uma barreira que vai ajudar a evitar o desgaste”, ressalta. Essa forragem não impede safrinha e inclusive a Embrapa sugere evitar a monocultura para evitar desgaste de solo. “Nossas pesquisas mostram que a sucessão de pastagem na lavoura de grãos tem aumento de 10 a 15% de produção”, destaca o engenheiro.

Além de mostrar em canteiros e box montados no espaço da Expodireto os tipos de forragens mais indicados, os técnicos ficaram a disposição na feira para explicar o método e indicar onde adquirir sementes e implantar o plantio de pasto perene.


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