Mobilização em prol da securitização de dívidas rurais tem início

Auditório central e área externa ficaram ocupados por produtores de vários pontos do estado

Produtores de todas as regiões do Rio Grande do Sul estiveram na 25ª Expodireto Cotrijal no dia do encerramento da feira, acompanhando a audiência pública do Senado, que debateu a securitização das dívidas rurais. Além do auditório central, toda a área externa ficou movimnentada para mostrar a força da agropecuária gaúcha.

A produção de grãos no Rio Grande do Sul sofreu perdas em vários anos consecutivos em função de problemas climáticos, alguns por seca e outros por inundação. Levantamento apresentado pela Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul) durante a audiência aponta que o estado deixou de produzir 40,6 milhões de toneladas de 2020 a 2024, o que representa perda de R$ 117 bilhões para o setor e R$ 319 bilhões para a economia gaúcha de forma geral. “Seriam necessárias mais de 875 mil carretas bitrem para carregar toda essa produção. E se colocássemos elas em fila, uma do lado da outra, seriam cinco filas do Oiapoque ao Chuí”, exemplifica o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, que apresentou o levantamento.

“A feira completa 25 anos em 2025 e ao longo desse tempo em que é realizada já iniciamos aqui vários movimentos que resultaram em soluções para o campo, como a liberação dos transgênicos, na década de 2000. Precisamos de unidade neste momento, independentemente de partido, para construir uma solução consistente, que abranja todos os produtores”, defendeu o presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Manica.

Projetos tramitam no Congresso Nacional

Dois projetos de lei solicitando a securitização das dívidas rurais dos produtores gaúchos tramitam no Congresso Federal. Um via Senado, tendo o senador Luis Carlos Heinze como autor, e outro via Câmara dos Deputados, encaminhado pelo deputado Pedro Westphalen.

Heinze, que dirigiu a audiência, destacou que várias reuniões já foram feitas com as entidades representativas da agropecuária gaúcha, visando o alinhamento de ideias e o fortalecimento do movimento em prol dos produtores. “O que precisamos neste momento é pressão por parte do campo para o atendimento dos pleitos. Os governos reagem por pressão”, disse, ao final da audiência.


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