Inovação e sustentabilidade são principais temas do fórum do trigo

Medidas para superar adversidades climáticas também foram abordadas e discutidas

Realizado no terceiro dia da Expodireto Cotrijal, o 10º Fórum do Trigo reuniu especialistas, produtores rurais e representantes do setor para discutir as tendências e desafios da triticultura. O evento abordou temas como a inovação tecnológica, sustentabilidade ambiental e a competitividade no mercado global. Os participantes também destacaram a importância da pesquisa e do desenvolvimento de novas variedades de trigo para atender às demandas do mercado.

A palestra de abertura foi conduzida pelo especialista em trigo Gelson Melo de Lima, superintendente de Produção Vegetal da Cotrijal, que destacou a adoção de práticas sustentáveis e inovadoras para aumentar a produtividade e a qualidade do trigo.

O titular da Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul), Clair Kuhn, frisou a importância da Expodireto, de onde “saem pesquisas e estudos que são adotados pelo estado.” Completaram a mesa do debate o gerente de Relações Institucionais e Sindical do Sistema Ocergs/RS e Coordenador da Câmara Setorial do Trigo, Tarcisio Minetto e o chefe da Embrapa Trigo, Jorge Lemanski.

Busca por redução de impactos

O fórum contou com o painel “O posicionamento da Rede Técnica Cooperativa para reduzir os impactos negativos das adversidades climáticas na cultura do trigo no Sul do Brasil” mediado pelo pesquisador da CCGL, Tiago de Andrade Neves Horbe. Ele expôs que o trigo, diferente da soja, normalmente sofre pelo excesso de água e não pela escassez.

“Independentemente das frustrações, o plantio da soja segue crescendo, mas o trigo é protagonista”, salientou

De acordo com Horbe a dificuldade do estado está associada a imprevisibilidade do clima, “O trigo precisa ter cuidado com a chuva e a geada, por isso muitas vezes os resultados são diferentes” salienta o pesquisador. Para ele é necessária uma gestão de risco para o cenário e traçar estratégias agronômicas e métricas que auxiliem no manejo do solo para rentabilizar a cultura. “Um dos momentos considerados mais críticos é o da transição entre soja e trigo, em que poucos dias podem fazer a diferença no solo”.

Programa nacional ZARC

O pesquisador da Embrapa, Alvadi Antonio Balbinot Júnior, assumiu o segundo painel para falar sobre o manejo adequado do solo, apresentando dados do programa ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) da Embrapa. A pesquisa utilizou a soja como base, mas os mesmos aspectos podem ser aplicados para o trigo.

Durante sua fala, Balbinot mostrou os principais indicadores utilizados atualmente para categorizar a fertilidade e as propriedades do solo. A pesquisa deve servir como base para políticas públicas, o que pode beneficiar os produtores rurais.

Seguro da lavoura

Na sequência, Daniel Nascimento, vice-presidente da Fenseg (Federação Nacional de Seguros Gerais), apresentou as “Opções de produtos oferecidos pelas seguradoras privadas aos produtores de trigo no Brasil”, com foco na proteção contra riscos climáticos.

“As principais dificuldades do Rio Grande do Sul são, sobretudo, as perdas acentuadas nas últimas cinco safras, restrições de produtos, coberturas e seguradoras na oferta de seguro, resseguro e plantio tardio, com isso, falta subvenção”, salienta o vice-presidente da Fenseg. Nascimento finalizou orientando a disseminação da cultura do seguro entre produtores e seguradoras, bem como, cooperativas, federações e lideranças do agro.

Interação entre participantes

Com representantes de diversas instituições convidadas, os participantes discutiram soluções para os desafios do setor, apresentaram casos de sucesso e compartilharam experiências sobre a implementação de tecnologias inovadoras e práticas sustentáveis. O momento coletivo foi moderado por Tarcísio José Minetto e Jorge Lemanski. O painel final contou com a presença de Hamilton Guterres Jardim, que coordena a Comissão do Trigo e Culturas de Inverno da Farsul e é presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Jardim salientou que o fórum é uma oportunidade valiosa para discutir soluções práticas e políticas públicas que possam apoiar os produtores. “As respostas foram dadas pelos palestrantes. Todos os elos da cadeia convergiram para o cenário atual, mas precisamos ter atenção às alíquotas do Proagro e Pronaf que subiram na região”, destaca.

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ZARC

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários. Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária.

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