Ano Internacional das Cooperativas gera reconhecimento global

Movimento ganha ainda mais relevância na promoção da justiça econômica e social

A Assembleia Geral da ONU aprovou, por unanimidade, a resolução que declara 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas (IYC 2025). A iniciativa destaca o papel do cooperativismo no desenvolvimento sustentável, inclusão social e justiça econômica, além de reforçar sua relevância na solução dos desafios globais.

A resolução foi proposta com amplo apoio de diversas nações e contou com a articulação da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que trabalhou junto a governos e instituições multilaterais para evidenciar a relevância do cooperativismo no contexto global. Esse reconhecimento segue a tradição da ONU em apoiar modelos econômicos que promovem o bem-estar coletivo, a equidade e o desenvolvimento sustentável.

O documento oficial ressalta a contribuição das cooperativas na erradicação da pobreza, igualdade de gênero e empoderamento de grupos marginalizados, como mulheres, pessoas com deficiência e povos indígenas, além de reconhecer seu impacto na luta contra a fome e na redução das desigualdades. Com isso, a ONU incentiva os 195 países-membros a fortalecerem o cooperativismo por meio de políticas públicas, acesso a recursos e apoio governamental.

Além disso, o texto reforça que as cooperativas desempenham um papel essencial na promoção de trabalho decente e na democratização da economia, com garantia de oportunidades mais justas para pequenos empreendedores e comunidades locais. A ONU reconhece que o modelo cooperativista é um dos pilares para alcançar um crescimento econômico mais equilibrado e sustentável, especialmente em tempos de crise econômica e ambiental.

Impacto global

Com o tema Cooperativas Constroem um Mundo Melhor, o Ano Internacional das Cooperativas busca evidenciar o modelo de negócios como uma solução essencial para desafios como escassez de recursos e mudanças climáticas, além de acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O lançamento oficial ocorreu em Nova Delhi, na Índia, durante a Conferência Cooperativa Global e a Assembleia Geral da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). O evento reuniu líderes globais e cooperativistas para celebrar conquistas e discutir estratégias para ampliar o impacto do setor.

Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o reconhecimento da ONU demonstra a força do cooperativismo no cenário internacional. “Nosso modelo de negócios, baseado na cooperação e sustentabilidade, contribui significativamente para o desenvolvimento socioeconômico. A presença de uma cooperativa incrementa em 18,5% o PIB per capita em comparação com municípios semelhantes sem cooperativas, evidenciando seu impacto na prosperidade das comunidades”.

Ele também enfatizou que as cooperativas são responsáveis por mais de 280 milhões de empregos diretos e indiretos em todo o mundo, o que representa cerca de 10% da força de trabalho global. “Trata-se de um modelo econômico que alia eficiência empresarial à justiça social, oferecendo oportunidades para milhões de pessoas saírem da informalidade e conquistarem estabilidade financeira”, afirmou.

O presidente destacou ainda a importância do Sistema OCB na promoção da inclusão econômica e da justiça social. “Com o apoio da ONU e de organizações internacionais, podemos impulsionar a resiliência, a inclusão social e a gestão ambiental.”

A resolução da ONU também orienta que os países adotem medidas para fortalecer o ambiente regulatório das cooperativas, e garantam acesso a crédito, inovação tecnológica e mercados globais. Além disso, recomenda que governos estimulem o ensino do cooperativismo em instituições acadêmicas, de modo a preparar novas gerações para liderar esse modelo de negócios no futuro.

Ações estratégicas

Para potencializar a visibilidade do cooperativismo em 2025, o Sistema OCB estruturou uma série de iniciativas. A marca oficial lançada pela ONU já foi traduzida para o português e está disponível em uma plataforma dedicada às 27 Organizações Estaduais (OCEs) e cooperativas do país.

As ações se organizam em três eixos principais: Comunicação, engajamento e eventos, voltados para ampliar a visibilidade do setor; Legado e história do cooperativismo, com iniciativas culturais e históricas para celebrar sua trajetória; Sustentabilidade e boas práticas ESG, que consolidam as cooperativas como agentes de impacto ambiental e social.

Além das iniciativas no Brasil, o Sistema OCB também planeja estreitar laços com redes internacionais de cooperativismo, a partir da troca de experiências e boas práticas com entidades de outros países. A entidade buscará engajar o governo brasileiro na ampliação de políticas públicas voltadas ao setor e reforçar a importância das cooperativas na estratégia nacional de desenvolvimento sustentável.

Para a COP30, que acontecerá em Belém (PA), o Sistema OCB planeja fortalecer sua participação nas discussões sobre desenvolvimento sustentável, dando destaque às iniciativas das cooperativas brasileiras na preservação ambiental e inclusão social.

“O Ano Internacional das Cooperativas é um reconhecimento do poder transformador do cooperativismo na construção de um mundo mais justo e sustentável. Esse modelo é um caminho sólido para um futuro mais inclusivo próspero e economicamente viável para todos”, concluiu o presidente.


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