Nei César Manica comemora 25 anos de sucesso em edição histórica

O que era apenas um ideal se transformou numa das maiores feiras do mundo. Com foco em tecnologia, inovação e oportunidade de negócios

Completando 30 anos à frente da Cotrijal, Nei César Manica, o idealizador da Expodireto, se emociona ao lembrar a primeira edição.
Orgulha-se de tudo que já foi feito, mas trabalha para que a feira cresça cada vez mais, em espaço, presenças, oportunidades e negócios. Nesse bate-papo informal, Nei Manica relembra o início, ainda em 1999, e agradece o reconhecimento inédito surpresa que recebeu no Troféu Brasil Expodireto.

ExpoRevista: Quando idealizou a feira, o senhor imaginava o tamanho e a visibilidade que ela iria tomar?

Nei Manica: Quando nós idealizamos a feira lá em outubro de 1999, para realizar a primeira edição, em março de 2000, tínhamos um sonho de fazer uma exposição diferenciada no Brasil. Uma feira focada em tecnologia, inovação e oportunidade de negócios, sem show, sem bebida alcoólica em um parque organizado com infraestrutura boa, e conseguimos. Pois desde a primeira edição com investimento alto, ela já foi um sucesso, muitas empresas enviaram seus representantes. E assim criamos um novo modelo de feira. Mas ninguém poderia imaginar que tão rápido ela ocuparia um espaço tão grande no agronegócio. Expodireto começa como estadual, vira nacional, passa a ter relevância no Mercosul e na sequência internacional. Viajamos com uma equipe até outras feiras no mundo para criar um modelo organizado de feira internacional e nunca paramos de crescer. Nos últimos anos tivemos grande presença de países. Este ano tivemos mais de 80 dos cinco continentes. Setorizamos a Expodireto, pelo setor de máquinas e equipamentos, organizamos a área central com infraestrutura de restaurantes, praça de alimentação, instituições financeiras, imprensa, auditórios, mais tarde produção animal, vegetal, universidades, pesquisa, agricultura familiar e meio ambiente. Para direcionar os visitantes nas áreas de interesse naquilo que querem visitar. Em parceria com as entidades, Emater e outras conseguimos organizar a visitação, dividindo o público por dias. E com as empresas trabalhamos para que tenham preços e condições diferenciados para o evento. E hoje vem muitos produtores do Brasil inteiro para fechar negócio na Expodireto e se fecha muitos negócios lá, mesmo nesses últimos anos de dificuldades que o agro tem vivido. E aliado a isso, foram sendo organizados os fóruns, as homenagens como o Semente de Ouro e em 2020 a Calçada da Fama do Agro para quem se destaca. Cada ano eternizamos uma pessoa que faz pelo agro brasileiro. E temos também o Troféu Brasil Expodireto, parceria da Cotrijal com a Rede Pampa. E grandes presenças de autoridades, não só políticos, ministérios, mas ministério público, e assim se torna palco de grandes reivindicações ao lado de entidades como Famurs, Farsul, Fetag, Sesi, Fecoagro, CCGL fazendo com que a Expodireto se torne um grande marco no agro mundial.

ExpoRevista: Alguma edição marcou mais entre tantas? Qual?

Nei Manica: A primeira marcou muito porque ninguém tinha noção de como ia ser. Montamos o parque em quatro meses. Montamos um parque numa área de 42 hectares com mata de eucalipto, que tínhamos na época, hoje são 132. E desde aquela oportunidade as empresas acreditando, o que foi emocionando toda a nossa equipe. Não tínhamos experiência sobre como era fazer uma feira, e foi um sucesso, algo que nos deu uma energia muito grande, porque víamos que estávamos no rumo certo. Queríamos trazer o que temos de inovação no mundo pro produtor. Porque as empresas globais estão na Expodireto apresentando o que tem de mais moderno e atualizado no agronegócio mundial.

ExpoRevista: Neste ano não foram divulgados os números totais finais. Por qual razão?

Nei Manica: Sempre fazíamos o fechamento e a divulgação dos números, no último dia da feira, mas começamos a notar que estavam dando destaque exagerado aos números e incentivando uma disputa entre as feiras para ver quem vendia mais e esse nunca foi o nosso objetivo. Queremos levar tecnologia e oportunidades, até porque, muitos negócios iniciados na feira acabam se concretizando nos outros dias do ano. A partir dessa edição não divulgaremos mais.

ExpoRevista: A 25ª edição teve um clima comemorativo, muitos momentos especiais. Consegue dizer qual foi o ponto alto da Expodireto 2025?

Nei Manica: A edição desse ano teve um clima todo comemorativo. Um prêmio especial em um ano especial, por ser 25 anos, é uma data importante. E também porque a ONU (Organizac1ão das Nações Unidas) denominou o ano internacional das cooperativas. Ter esse reconhecimento, nos 25 anos da feira organizada por uma cooperativa, foi um ano marcante.

ExpoRevista: O senhor inclusive ganhou uma homenagem especial e surpresa no Troféu Brasil? Como é que conseguiram esconder isso do senhor?

Nei Manica: É, aquilo foi uma surpresa e uma emoção muito grande. Pois é, não tinha nem ideia, nem imaginava. Ah, o ponto alto dos 25 anos é aonde chegamos. Tudo o que a feira representa, que é a inovação, a arena digital, e também a consolidação do espaço de discussão. Sendo um ponto alto a audiência pública com o Senado Federal sobre a reivindicação de uma securitização para os produtores. As entidades unidas para reivindicar auxílio para os gaúchos.

ExpoRevista: Expodireto rumo aos 30 anos. E para 2026 a expectativa de aumentar o parque e assim poder receber mais expositores. Como estão esses planos?

Nei Manica: Estamos trabalhando forte para conseguir vencer a burocracia e viabilizar o aumento do parque. Queremos que seja ampliado, mas precisamos fazer novo acesso de asfalto, terraplanagem, infraestrutura, canalização, ruas, calçamento, rede elétrica, gramado, é muita coisa. Para 2026 acreditamos que já tenhamos alguma novidade, mas não que tudo estará pronto.

ExpoRevista: O projeto se cumprindo, qual seria o aumento real da feira?

Nei Manica: Teríamos um aumento de cerca de 40% na área de máquinas e equipamentos. Temos 150 empresas dessa área esperando, e temos ainda algumas que estão na feira e querem aumentar seu espaço. Não temos como precisar em números. O que temos certeza é que a Expodireto de 2026 será a maior e a melhor de todas, é para isso que trabalhamos.


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