Painéis debateram problemas e sugeriram soluções para intempéries enfrentados pelos produtores rurais
“Solo: Base para o Futuro da Agricultura Gaúcha em um Cenário de Mudanças Climáticas” foi o tema da 9ª edição do Fórum Estadual de Conservação do Solo e da Água, realizado no primeiro dia da Expodireto Cotrijal. O evento tem o objetivo de proporcionar um espaço para o debate entre acadêmicos, pesquisadores e produtores, abordando as melhores práticas para a preservação dos recursos hídricos e o manejo sustentável do solo e da água na agricultura.
“Nos piores momentos das enchentes, primeiramente só se pensava em salvar vidas, depois em moradia e então na recuperação. A recuperação do solo era o que eu mais pensava, pois fui um agricultor que teve a oportunidade de estudar. Então buscamos projetos individuais, com cooperativas, sindicatos, todos envolvidos com o agro, para falar uma mesma linguagem. Ouvimos a ciência e técnicos. Chegamos a conseguir R$ 901 milhões para investimentos na área”, revela o secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti. A abertura do evento contou também com o chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, do superintendente de Produção Vegetal da Cotrijal, Gelson Melo de Lima e do presidente da CCGL, Caio Cezar Vianna.
Enfrentamento ao excesso e a escassez de água O primeiro painel, “Oportunidades para enfrentar o excesso e a escassez de água no solo”, teve como palestrante o professor doutor Paulo Gubiani, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Especialista em manejo de solo e conservação de água, ele explorou estratégias inovadoras para o manejo adequado da água no solo e destacou a importância de aprofundar raízes para fortalecer a agricultura e torná-la mais sustentável. A mediação foi de Geomar Corassa da CCGL.
Gubiani também discutiu os desafios e as oportunidades para lidar com o excesso e a escassez de água nos solos, questões que se tornam cada vez mais recorrentes em função das mudanças climáticas no Estado. “Novos extremos virão, é preciso estar preparados para lidar com infiltrações e escoamento, assim como estudar para que os danos sejam mínimos”, conta. A alternativa ou a oportunidade apontada pelo professor é “um apoio ao plantio direto, para que a erosão seja diminuída e que a escassez seja reduzida no período de falta de chuva”.
Soluções
Para debater o “Alinhamento de Soluções Institucionais”, tema do segundo painel, representantes de diversas instituições foram convidados visando integrar as experiências e conhecimentos institucionais a fim de propor soluções viáveis para os produtores rurais.
Giovani Faé, especialista em pesquisa agrícola da Embrapa Trigo, foi o mediador, e defendeu a construção coletiva de soluções adaptativas e inovadoras para o setor. Foram apresentados temas como a necessidade de uma política permanente de conservação do solo, medidores que vão avaliar a qualidade da infiltração, uso de outros tipos de plantio, fortalecimento da terra, entre outros. A aplicação dos mecanismos de fortificação do solo nas propriedades foi considerada essencial, ainda que os participantes tenham destacado também a importância da pesquisa.
O Fórum é uma realização da Cotrijal, da CCGL, RTC, Embrapa e Sociedade Brasileira de Ciências do Solo.